Os jornais impressos estão a perder terreno perante a camada mais jovem. A geração actual não dá prioridade à imprensa, sendo que a informação on-line é a mais requisitada. Apesar da circulação de jornais ter descido de 13 por cento na Europa, entre 1995 e 2004, os leitores dos jornais ‘convencionais’ continuam com este hábito de leitura. Nas palavras de Joaquim Vieira, “os jovens não lêem jornais e não vão consumir jornais no futuro”, o que não acontece com os mais velhos.
A emergência das novas tecnologias, nomeadamente da Internet, criou uma nova forma de fazer jornalismo. A deslocação da informação do papel para o ecrã do computador levanta a seguinte questão: O ciberjornalismo provocará a morte do jornalismo tradicional? As opiniões relativas às consequências do jornalismo on-line nos jornais impressos divergem, separando jornalistas, investigadores e os próprios leitores.
A leitura da imprensa tradicional associa-se a um hábito de leitura, que não abdicado pelos leitores habituais. Nestes casos, a Internet é utilizada como meio de complementaridade, que continua na sua “puberdade” refere o brasileiro Rosental Calmon Alves, da Universidade do Texas, nos EUA. O docente afirma ainda que a Web é considerado “uma extensão dos media tradicionais e não como um media novo”.
Webjornalismo: um novo hábito de leitura
A cultura da actualidade está ligada à ideia de interactividade, de interconexão, de informações e imagens dos mais variados géneros. O ciberjornalismo acaba por responder a todos essas necessidades, constituindo um novo hábito espalhado por todo o mundo. Pioneiro em Portugal, o webjornalismo caracteriza-se pela produção de uma informação constituída por imagens, sons e hiperligações. O investigador da Universidade da Beira Interior, João Canavilhas, afirma que esta junção de funcionalidades devem combinar “num todo coerente, interactivo, aberto e de livre navegação para os utilizadores”.
John Pavlik sistematiza a evolução do jornalismo na Internet em três etapas. A primeira fase revela-se como sendo a cópia do conteúdo publicado nos media tradicionais. Este período associa-se aos primórdios do jornalismo on-line, em que jornalistas desconheciam realmente as potencialidades da Internet. A segunda fase implica a de conteúdos jornalísticos unicamente realizados para as versões online, integrando hiperligações, aplicações interactivas e, nalguns casos, fotos, vídeos ou sons. O último período é caracteriza-se pela informação exclusivamente publicada na Web, usufruindo de todas as suas características.
O Diário Digital e o Portugal Diário são os dois jornais portugueses exclusivamente online. Segundo o investigador da Universidade da Beira Interior, João Canavilhas, Portugal situa-se ainda na segunda etapa de John Pavlik, pois considera que os meios de comunicação online não exploram devidamente as potencialidades que a Internet oferece.
O sociólogo e consultor da Newspaper Association of America, Leo Bogart, discorda com o fim do jorbalismo impresso, pois confessa que as “telas dos computadores jamais terão a capacidade do jornal de serem dobradas ou enroladas e levadas para toda a parte”. Apesar de a venda de jornais ter vindo a diminuir, o lucro realizado pelas imprensas de comunicação continua a ser considerável.
O director do Laboratório de Comunicação Multimédia (MMLab) da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra, em Espanha, Ramón Salaverría considera que o webjornalismo não veio exterminar os media tradicionais, pois “a realidade mostra que há uma coexistência de todos”.
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