sexta-feira, 27 de junho de 2008

Fim do jornalismo impresso?



Os jornais impressos estão a perder terreno perante a camada mais jovem. A geração actual não dá prioridade à imprensa, sendo que a informação on-line é a mais requisitada. Apesar da circulação de jornais ter descido de 13 por cento na Europa, entre 1995 e 2004, os leitores dos jornais ‘convencionais’ continuam com este hábito de leitura. Nas palavras de Joaquim Vieira, “os jovens não lêem jornais e não vão consumir jornais no futuro”, o que não acontece com os mais velhos.


A emergência das novas tecnologias, nomeadamente da Internet, criou uma nova forma de fazer jornalismo. A deslocação da informação do papel para o ecrã do computador levanta a seguinte questão: O ciberjornalismo provocará a morte do jornalismo tradicional? As opiniões relativas às consequências do jornalismo on-line nos jornais impressos divergem, separando jornalistas, investigadores e os próprios leitores.

A leitura da imprensa tradicional associa-se a um hábito de leitura, que não abdicado pelos leitores habituais. Nestes casos, a Internet é utilizada como meio de complementaridade, que continua na sua “puberdade” refere o brasileiro Rosental Calmon Alves, da Universidade do Texas, nos EUA. O docente afirma ainda que a Web é considerado “uma extensão dos media tradicionais e não como um media novo”.


Webjornalismo: um novo hábito de leitura

A cultura da actualidade está ligada à ideia de interactividade, de interconexão, de informações e imagens dos mais variados géneros. O ciberjornalismo acaba por responder a todos essas necessidades, constituindo um novo hábito espalhado por todo o mundo. Pioneiro em Portugal, o webjornalismo caracteriza-se pela produção de uma informação constituída por imagens, sons e hiperligações. O investigador da Universidade da Beira Interior, João Canavilhas, afirma que esta junção de funcionalidades devem combinar “num todo coerente, interactivo, aberto e de livre navegação para os utilizadores”.

John Pavlik sistematiza a evolução do jornalismo na Internet em três etapas. A primeira fase revela-se como sendo a cópia do conteúdo publicado nos media tradicionais. Este período associa-se aos primórdios do jornalismo on-line, em que jornalistas desconheciam realmente as potencialidades da Internet. A segunda fase implica a de conteúdos jornalísticos unicamente realizados para as versões online, integrando hiperligações, aplicações interactivas e, nalguns casos, fotos, vídeos ou sons. O último período é caracteriza-se pela informação exclusivamente publicada na Web, usufruindo de todas as suas características.

O Diário Digital e o Portugal Diário são os dois jornais portugueses exclusivamente online. Segundo o investigador da Universidade da Beira Interior, João Canavilhas, Portugal situa-se ainda na segunda etapa de John Pavlik, pois considera que os meios de comunicação online não exploram devidamente as potencialidades que a Internet oferece.

O sociólogo e consultor da Newspaper Association of America, Leo Bogart, discorda com o fim do jorbalismo impresso, pois confessa que as “telas dos computadores jamais terão a capacidade do jornal de serem dobradas ou enroladas e levadas para toda a parte”. Apesar de a venda de jornais ter vindo a diminuir, o lucro realizado pelas imprensas de comunicação continua a ser considerável.

O director do Laboratório de Comunicação Multimédia (MMLab) da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra, em Espanha, Ramón Salaverría considera que o webjornalismo não veio exterminar os media tradicionais, pois “a realidade mostra que há uma coexistência de todos”.


Clique nos links para aceder aos jornais exclusivamente online: Portugal Diário e Diário Digital



segunda-feira, 23 de junho de 2008

Editorial




Editorial sobre o texto " Apoio à selecção nacional abalado com derrota face à Suiça", pela jornalista Catarina Dias.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Apoio à Selecção Nacional abalado com derrota face à Suíça

A derrota de Portugal face à Suíça provocou a publicação de posts, criticando a actuação dos jogadores da Selecção Nacional Portuguesa. “Portugal entrou bastante mal na segunda parte”, “uma grande oportunidade falhada”, “a Suíça é o vencedor justo”, “Portugal ficou a ver as moscas passar” foram as expressões divulgadas na blogosfera para qualificar a prestação dos futebolistas.

O Euro 2008 é um evento que tem vindo a marcar a agenda mediática. Os resultados dos jogos, assim como as futilidades ligadas aos jogadores são temáticos explorados pelos media, guiados obrigatoriamente pela objectividade e a imparcialidade dos profissionais. Neste sentido, ao contrário dos jornais online, os blogues pessoais têm a possibilidade de, para além de descrever os jogos, opinar publicamente sobre a temática.

A derrota de Portugal frente à Suíça, cujo resultado foi de 2-0, foi alvo de imensas críticas. No post ‘Portugal vs Suiça: Antevisão’, publicado no blogue Revista Futebolística, o autor Pedro Evangelista afirma que o “objectivo de Portugal é vencer e proporcionar um bom espectáculo”. Torcendo por Portugal, o blogger não manifesta a sua opinião em relação ao jogo, descrevendo apenas a decisão de Scolari em substituir os jogadores habituais por suplentes.

No blogue ‘Abrantino com Orgulho’ de Nuno Gil, o cibernauta aproveita para criticar directamente a actuação dos suplentes, tornando público o que, possivelmente, muitos apoiantes pensam. “As segundas escolhas mostraram que não querem ser primeiras e que muito provavelmente nem segundas deveriam ser”, comenta o blogger. Para além de criticar a desmotivação dos futebolistas, Nuno Gil contesta as “más e péssimas declarações” de Scolari quando explicou as alterações feitas na equipa. Nos media, críticas semelhantes não poderiam ser proferidas por um jornalista a não ser que fosse comentador desportivo. Neste sentido, a criação de blogues permite a plena exposição de opiniões emitidas pelo cidadão comum, evitando uma centralização de fontes.

O jogo entre a Selecção Nacional e a Suíça foi desvalorizado pelos apoiantes portugueses e pelos bloggers, que apesar de terem apontados certos pontos negativos, não derem tanta importância por ser um jogo de calendário. Mais uma vez, a escolha dos jogadores por “Felipão”, como refere o blogger Nuno Gonçalo foi apontada como deficiência que perturbou o desenrolar do jogo. “Quaresma pareceu displicente. Na defesa, notou-se a ausência de Ricardo Carvalho e o meio-campo sentiu a falta de um cérebro”, opina o cibernauta. Apesar de adoptarem uma posição crítica perante as ‘falhas’ ocorridas, os bloggers não deixam de apoiar e valorizar as competências futebolísticas da Selecção Nacional.

O blogue desportivo, Desportugal, afirma que a equipa portuguesa poderia ter vencido se tivesse “humildade”, pois considera que “Portugal tem futebol de sobra para a Suíça”. Slogans como “vamos continuar a apoiar a nossa selecção” circulam nos blogues.

Em termos gerais, os apoiantes mostram-se insatisfeitos face à derrota e usam as novas tecnologias, nomeadamente a Internet, usufruindo da sua liberdade de expressão. Os blogues pessoais são os meios utilizados para opinar, positiva ou negativamente, as temáticas abordadas, algo que não é possível fazer com os media tradicionais.